LEITURA: implicações pedagógicas
O professor de português, ciências, história... ao ler com seus alunos, deverá promover:
PRÁTICA DA LEITURA
Possíveis posturas do leitor ante o texto
vleitura – busca de informação
Objetivo: extrair do texto uma informação
Metodologias possíveis:
1 – a busca de informações com roteiro previamente elaborado (ler para responder questões estabelecidas)
2 – a busca de informações sem roteiro previamente elaborado (verificar as informações oferecidas no texto)
Pode ser realizada com textos extraídos de: jornais, livros científicos, obras literárias etc.
vleitura – estudo do texto
O estudo do texto perpassa por um roteiro, como por exemplo:
1 – a tese defendida no texto
2 – os argumentos apresentados em favor da tese defendida
3 – os contra-argumentos levantados em teses contrárias
4 – coerência entre tese e argumentos
Cada tópico pode ser desdobrado em outros, questionando apenas a veracidade e validade da tese defendida no texto.
Pode-se ter essa postura em textos dissertativos e narrativos (contrapor pontos de vista dos personagens)
vleitura do texto – pretexto
Utilizar um texto como pretexto de ressignificações:
1 – dramatizar uma narrativa
2 – ilustrar uma história
3 – transformar um poema em coro falado;
4 – a partir de determinado texto, produzir outro (s)
“[...] é preciso tirar os textos dos sacrários, dessacralizando-os com nossas leituras, ainda que venham marcados por pretextos. Prefiro discordar do pretexto e não do fato de o texto ter sido pretexto” (GERALDI, 2002, p. 97)
vleitura – fruição do texto
A gratuidade da informação disponível, de que poderemos ou não fazer uso (jornal, revista, romance, etc.)
Atividade sem controle do resultado (o ler por ler, gratuitamente)
Metodologia sugerida:
Recuperar na escola e trazer para dentro dela o que dela se exclui por princípio – o prazer – sucesso de qualquer esforço honesto de “incentivo à leitura”
Para isso é necessário, como leitores, recuperarmos em nossas práticas três princípios:
O caminho do leitor
O respeito pelos passos e pela caminhada do aluno enquanto leitor é essencial
Considerar, portanto, a história de leitura do aluno
O circuito do livro
A leitura, ou melhor, o circuito do livro se dá por indicação de um colega, pela curiosidade, pela capa, pelo título, etc
Na sala de aula é possível criar o mesmo circuito:
1 – rodízios de livros entre alunos
2 – bibliotecas de sala
3 – biblioteca escolar
4 – freqüência a bibliotecas públicas e feiras de livro
“No sistema capitalista, de uma atividade importa seu produto. A fruição, o prazer, estão excluídos [...] A escola reproduzindo o sistema e preparando para ele, exclui qualquer atividade ‘não-rendosa’: lê-se um romance para preencher uma “famigerada” ficha de leitura, para fazer uma prova ou até mesmo para se vê livre da recuperação” (IBDEM, p. 97)
Não há leitura qualitativa no leitor de um livro
A quantidade ainda pode gerar qualidade
Sugerimos que, enquanto professores, propiciemos um maior número de leituras, ainda que a interlocução que nosso aluno faça hoje com o texto esteja aquém daquela que almejaríamos: afinal, quem é o leitor, ele ou nós?
PORTANTO, “a leitura é uma atividade de acesso ao conhecimento produzido, ao prazer estético e, ainda, uma atividade de acesso às especificidades da escrita” (ANTUNES, 2003, p. 70).