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ATIVIDADES PARA PROFESSORES
ATIVIDADES PARA PROFESSORES

LEITURA: implicações pedagógicas

 

O professor de português, ciências, história... ao ler com seus alunos, deverá promover:

 

  • uma leitura de textos autênticos – textos que têm autor(es), data de publicação, aparece em algum suporte de circulação social (livro, revista, jornal, etc.). textos reais, enfim.

 

  • uma leitura interativa – qualquer texto precisa ser lido como sendo o lugar de um encontro: entre escritor e leitor. Assim, a compreensão, o sentido serão pontos privilegiados, para que aconteça, de fato, o pretendido encontro.

 

  • uma leitura em duas vias – nenhuma leitura está desvinculada às condições em que o texto foi escrito. Entre a escrita e a leitura existe uma relação de interdependência e intercomplementariedade.

 

  • uma leitura motivada – tudo o que fazemos está preso a um interesse qualquer. Não pode ser diferente quando se trata de leitura feita na escola.

 

  • uma leitura do todo – todo texto tem um eixo central. Por isso, é importante levar o aluno a identificar a idéia central do texto, sua finalidade, orientação ideológica, discernir entre sua informação principal e as secundárias. O professor explora o texto a partir do seu objetivo com determinada leitura.

 

  • uma leitura crítica – a leitura se torna plena quando o leitor interpreta os aspectos ideológicos do texto. O ideal é que o aluno consiga perceber que nenhum texto é neutro, que por trás das palavras mais simples, das afirmações mais triviais, existe uma visão de mundo, um modo de ver as coisas, uma crença.

 

  • uma leitura diversificada – tal como acontece na vida fora da escola, as oportunidades de leitura devem variar, no sentido de que os textos propostos sejam de gêneros diferentes (contos, fábulas, poemas, editoriais, propagandas, artigos etc).

 

  • uma leitura também por “pura curtição” – que seja estimulado (com freqüência) o exercício da leitura gratuita, suscitando assim a leitura pelo simples prazer que provoca (para isso selecione, professor textos que, de fato, possam provocar prazer estético).

 

  • uma leitura apoiada no texto – conceder atenção às palavras e ao formato que se apresenta o texto, pois podem fundamentar as decisões interpretativas acerca de sua coerência.

 

  • uma leitura não só das palavras expressas no texto – qualquer texto comporta interpretações que requerem mais do que as palavras que lá estão expressas. A totalidade do sentido do texto tem que ser encontrada também em níveis que transcendem a materialidade do texto. Todo leitor traz para o texto se repertório de saber prévio e vai, com isso, realizando inferências ou interpretando os elementos não explicitados no texto; e vai, assim, compreendendo-o.

 

  • uma leitura nunca desvinculada do sentido – que, na realização da leitura em voz alta (quando for o caso) orientações como “ler pausadamente”, “ler com boa pronúncia”, “ler observando os sinais de pontuação”, e outras similares, sejam dadas não como valores em si mesmos, mas como recursos para que facilite a compreensão do texto.    ncias ou interpretando os elementos ndo texto.to, pois podem ser pistas de comreens (para isso selecione, professor textos que,

PRÁTICA DA LEITURA

 

Possíveis posturas do leitor ante o texto

 

vleitura – busca de informação

 

Objetivo: extrair do texto uma informação

 

Metodologias possíveis:

 

1 – a busca de informações com roteiro previamente elaborado (ler para responder questões estabelecidas)

 

2 – a busca de informações sem roteiro previamente elaborado (verificar as informações oferecidas no texto)

 

Pode ser realizada com textos extraídos de: jornais, livros científicos, obras literárias etc.

 

vleitura – estudo do texto

 

O estudo do texto perpassa por um roteiro, como por exemplo:

 

1 – a tese defendida no texto

2 – os argumentos apresentados em favor da tese defendida

3 – os contra-argumentos levantados em teses contrárias

4 – coerência entre tese e argumentos

 

Cada tópico pode ser desdobrado em outros, questionando apenas a veracidade e validade da tese defendida no texto.

 

Pode-se ter essa postura em textos dissertativos e narrativos (contrapor pontos de vista dos personagens)

 

vleitura do texto – pretexto

 

Utilizar um texto como pretexto de ressignificações:

 

1 – dramatizar uma narrativa

2 – ilustrar uma história

3 – transformar um poema em coro falado;

4 – a partir de determinado texto, produzir outro (s)

 

“[...] é preciso tirar os textos dos sacrários, dessacralizando-os com nossas leituras, ainda que venham marcados por pretextos. Prefiro discordar do pretexto e não do fato de o texto ter sido pretexto” (GERALDI, 2002, p. 97)

 

 

 

 

vleitura – fruição do texto

 

A gratuidade da informação disponível, de que poderemos ou não fazer uso (jornal, revista, romance, etc.)

 

Atividade sem controle do resultado (o ler por ler, gratuitamente)

 

Metodologia sugerida:

 

Recuperar na escola e trazer para dentro dela o que dela se exclui por princípio – o prazer – sucesso de qualquer esforço honesto de “incentivo à leitura”

 

Para isso é necessário, como leitores, recuperarmos em nossas práticas três princípios:

 

O caminho do leitor

 

O respeito pelos passos e pela caminhada do aluno enquanto leitor é essencial

 

Considerar, portanto, a história de leitura do aluno

 

O circuito do livro

 

A leitura, ou melhor, o circuito do livro se dá por indicação de um colega, pela curiosidade, pela capa, pelo título, etc

 

Na sala de aula é possível criar o mesmo circuito:

1 – rodízios de livros entre alunos

2 – bibliotecas de sala

3 – biblioteca escolar

4 – freqüência a bibliotecas públicas e feiras de livro

 

“No sistema capitalista, de uma atividade importa seu produto. A fruição, o prazer, estão excluídos [...] A escola reproduzindo o  sistema e preparando para ele, exclui qualquer atividade ‘não-rendosa’: lê-se um romance para preencher uma “famigerada” ficha de leitura, para fazer uma prova ou até mesmo para se vê livre da recuperação” (IBDEM, p. 97)

 

Não há leitura qualitativa no leitor de um livro

 

A quantidade ainda pode gerar qualidade

 

Sugerimos que, enquanto professores, propiciemos um maior número de leituras, ainda que a interlocução que nosso aluno faça hoje com o texto esteja aquém daquela que almejaríamos: afinal, quem é o leitor, ele ou nós?

 

PORTANTO, “a leitura é uma atividade de acesso ao conhecimento produzido, ao prazer estético e, ainda, uma atividade de acesso às especificidades da escrita” (ANTUNES, 2003, p. 70).